A Inocência
A inocência não é aquela velha cozinheira de pele negra, que habitava uma das muitas histórias que eu li durante a vida; a inocência a que me refiro é aquela outra maravilha que habita outras almas simples, onde as maldades do mundo humano ainda não fizeram ninho. Estava eu por aqui, escrevendo um texto que tem por título “Exemplos”, quando fui interrompido pelo neto mais novo, André, um menino muito vivo, inteligente e estudioso, que aos quase oito anos de idade, é dotado de uma adorável inocência. Ele me interrompe, para me presentear com uma nota de cem reais não original, que tem no verso uma propaganda qualquer. Entrei na brincadeira, coloquei a nota na minha agenda, agradeci com um beijo, com um abraço apertado e ele saiu daqui feliz da vida, por ter engabelado o vovô. Ao passar pela cozinha, ele conta a façanha para a mãe que, com certeza ouvira tudo e acaba dando o troco a ele: -Meu filho, seu avô acreditou e amanhã é capaz de ir até a vendinha fazer compras